segunda-feira, 21 de junho de 2010

Das ruas para os lares

Animais de rua transmitem doenças e causam acidentes no trânsito. Só a adoção consciente pode acabar o abandono no litoral catarinense.

Eu chamo sua atenção – brinco, rolo, faço barulho, na esperança de que você me note, seja nas ruas, numa caixa de papelão ou numa feira de adoção. Sou vira-latas, tenho um cérebro pequeno, ajo por instinto, mas meu coração sente quando sou maltratado. Tudo o que peço é um lar, comida e um pouco de companhia – não quero luxo, nem lixo. Não sei o que é pet-shop, nunca tomei banho, não fui vacinado, nem mesmo castrado. Fui levado, quando ainda era amamentado, para servir de presente de aniversário infantil. O garoto até ficou feliz no começo, mas depois percebeu que faço xixi, cocô, que não gosto que puxem minhas orelhas e meu rabo. Então um poodle chamado Scooby tomou meu lugar e eu fui parar num terreno baldio, onde aprendi a me virar. Já morei em casa com piscina, em barraco de favela. De repente, nem sei mais onde moro ou como me chamo: Totó, Rex, Billy... Só sei que existem muitos como eu pelo mundo a fora – eu sou um animal abandonado.

Uma pesquisa realizada em 12 abrigos de animais nos Estados Unidos revelou as principais causas de abandono de animais: 18,5% dos 1984 cães e 37,7% dos 1.286 gatos foram parar nos abrigos por sujarem a casa. O estudo, publicado na revista veterinária "Journal of Applied Animal Welfare Science" ainda mostrou que a maioria das causas de abandono está relacionada com comportamento destrutivo do animal e por ele exigir atenção demasiada. Os motivos são banais, mas o ato é considerado crime de maus tratos e o infrator pode ser punido com detenção de três meses a um ano. Abandonar um animal, segundo a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, é um ato de crueldade. Leia mais

0 comentários:

Postar um comentário